quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

resoluções de ano novo.... ou não.

não conseguia dormir. pensava e repensava mil vezes.
tinha medo. medo de me arrepender. de não me sentir mais eu. tinha medo de querer voltar atrás.
eu não queria voltar atrás.
mas tinha medo.
cheguei muito cedo, não havia sol ainda. estava frio. e ele estava comigo. o tempo todo ele esteve comigo.
minha barriga doía porque eu a contraía conforme os minutos iam passando e se aproximava mais do momento.
eu estava deitada, nua, ainda tremendo, quando ela chegou e beijou minha testa.
perguntou sobre os meus piercings e eu disse que não foi possível tirá-los. menti.
ela foi tirando um a um e assim parecendo me descaracterizar. senti medo de novo. medo de me perder e não me achar mais.
ele chegou, e começou a me desenhar, me passava confiança: era seguro, calmo, sério, e tentava me descontrair. e meu corpo todo ainda tremia.
não disse a ninguém sobre o que eu sentia. não queria ser julgada.
queria e não queria.
mas fui. fechei os olhos e dormi.
quando acordei senti uma dor insuportável. parecia que tinha alguém ajoelhado sobre mim. não conseguia respirar direito. senti arrependimento. queria voltar a ser eu. queria voltar a me sentir.
comecei a ficar com medo de novo. dizia a mim mesma que ia passar, que ia valer a pena.
durante muitos anos não gostava do que via. sentia-me desconfortável. irritadiça. nada funcionava. não gostava de me olhar no espelho. não me via no espelho. não deixava que me vissem.
agora tinha medo de olhar no espelho. tinha medo de não me ver mais. de me arrepender. eu não podia mais voltar atrás.
os dias passaram, a sensação ia mudando. fiquei confusa. fiquei triste.
fiquei cansada. extremamente cansada. sentia que não conseguia mais continuar. mas eu tinha de continuar. não tinha como voltar atrás. me doía não poder voltar atrás.
e segui em frente. até o fim.
eu tinha muito medo. de me olhar no espelho e não me reconhecer mais. medo de estar plástica.
eu estou plástica.
eu não gostei. preciso dizer isso. preciso lidar com isso. mesmo que não seja possível dizer em voz alta.
não me arrependi. mas sinto-me decepcionada por não ter escolhido o que de fato me deixaria mais confortável, o que eu quis desde sempre.
sinto que ainda sou a mesma. de certa forma, sou. mesmo depois de muitas mudanças. mesmo depois destas mudanças. mesmo depois de outras mudanças.
eu sou a mesma. e já não sou mais.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. "

porta trancada.
ficava lá por dias.
ninguém notava se ela estava lá ou não.
mas ela estava. sozinha.

cansada.
procurando uma porta pra trancar.
trancar todos os erros lá dentro.
não cometer mais erro nenhum.

será que se perdeu?
quem é ela que pede tantas desculpas?
quem é ela que pede desculpas o tempo todo?
ela deveria continuar pedindo?

ela era forte e se desmanchava se alguém fechasse os olhos de verdade...
esperando por toda sua vida fechar também.
um dia ela fechou...
e quando abriu estava sozinha.

ela deveria se desculpar?


ela está perdida?
onde ela deveria estar?

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

eu tinha quinze anos quando me dei conta de que estaria sozinha no mundo.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

quando eu olhava o chão via a sua sombra atrás da porta e aquilo me assombrava muito.
quando eu chegava em casa meu diário estava em cima da cama aberto na página do meu segredo, aquilo me magoava muito.
quando meu computador estava ligado com a minha pasta aberta e meus pensamentos lidos, eu, mortalmente, lamentava.

durante anos convivi com a insustentável suspeita de estar sendo vigiada. e eu era.
e aquilo me sufocava.

hoje, com outras portas, outros diários, respirei a liberdade de andar nua dentro de casa... de ser quem eu sou, sem medo, sem sombras.

há pouco vi uma sombra.
fechei os olhos.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

2014 foi uma bosta

se me perguntassem sobre a coisa mais legal de 2014 eu diria que foi a faculdade e como incrivelmente eu terminei o 2º ano sem dp's ou chorando pelo constante fracasso.
acho que finalmente consegui testar outras possibilidades de descobrir como sobreviver aos semestres academicos.

definitivamente 2014 foi o ano das minhas concretizações e de dar um passo adiante ao invés de recuar.
nesse ano dei mais abraço em meu pai do que em todos os outros anos de minha vida.
e pude ser a escolha de minha mãe para me contar suas coisas sóbrias.
briguei feio (pra variar) com minha irmã, e dois dias depois do natal ela me mandou um wtspp contando que eu seria tia: já fizemos as pazes.

no ano de 2014 eu tomei grandes decisões, como emagrecer. e eu nunca me levei tão a sério. eu realmente estava afim de seguir em frente. e foi a melhor decisão da minha vida. já fazem 4 meses que estou nesse processo e eliminei 12 kg, cara, isso é realmente muito legal!  e o mais importante: eu não desisti e não deixei que ninguém me fizesse desistir também.

em 2014 eu fiz grandes descobertas sobre os outros e sobre mim mesma. esse ano eu não deixei mais que as pessoas me fizessem sofrer. em 2014 eu mandei todo mundo tomar no cu. e simplesmente deixei que as pessoas seguissem suas vidas sem mim. acho que foi melhor pra todo mundo. ou ao menos pra mim foi.
afinal, sobrou mais espaço pra gente do bem chegar mais perto e aproximar os que estavam um  pouco distante.

2014 foi um ano difícil, foi pesado, cansativo... mas foi mais fácil passar por ele junto do daniel, sobretudo foi importante tê-lo ao meu lado. foi o que me manteve em pé o tempo todo.
estar com ele deu leveza aos meus dias... poder correr para seu colo no fim do dia me acalma.

pra 2015 eu desejo coragem a mim mesma. desejo pé na estrada e menos planos, menos vontades. desejo simplesmente fazer. desejo viver intensamente. afinal, teremos 11 feriados prolongados. ;)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

das coisas favoritas:





ficar no seu colo.
ganhar beijinho no pescoço.
massagem no pé.
abraço apertado.
colo quentinho.
beijo no peito.
pé encostado.
cafuné.
palavras de amor.
beijo na mão.
mão na mão.
mão no cabelo.
beijo na alma.
respiração forte.
anoitecer com você.
seu sorriso.
sua gargalha.
seu toque.
seu beijo.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

"the pebbles forgive me, the trees forgive me, so why can't you forgive me? i don't see what anyone can see in anyone else but you"


eu fico contando os minutos depois das 22h para ver você entrar pela porta de casa...
com seu demasiado cansaço você me beija e me abraça...

quero te ver logo. quero te ver já.