pensamentos provisórios

a fina chuva que caira foi o suficiente para molhar o asfalto e deixar marcas em meu óculos.

mas mesmo assim, me sentia leve.

demorei um pouco até conseguir dormir ao lado dele. até fechar os olhos e começar a sonhar. eu demorei um pouco até me sentir segura. eu demorei um pouco até acreditar.


às vezes as coisas parecem ser mais fáceis de serem ditas no escuro... às vezes o medo atrapalha o som das palavras e elas não se formam...


os dias têm sido massacrantes, doloridos e há sempre algo ruim me rondando... nada mais justo... pra quem se livra da culpa, resta o arrependimento para atormentar...
mas eu sou impetuosa. eu não tenho medo. eu sou aquariana. e eu não gosto das coisas que me sufocam. eu não gosto de ordens. eu não gosto de controle. é proibido proibir.

subo aquelas escadas me agarrando ao fio de ar que não sinto, ouvindo meus joelhos soluçarem só pra chegar na porta 22... e os quatro lances de escada valem apena... o que tem atrás da porta 22 é bem mais do que eu poderia querer. e eu sempre me penalizo por tentar -involuntariamente- estragar as coisas; por ter medo de gostar sozinha. por medo de ir em frente e estar sozinha. e não é o que acontece.


e ainda agora, gostaria de estar aninhada em seus braços, com suas mãos me percorrendo, me descobrindo... me querendo...
adoraria ganhar seus beijos no meio da noite. e dividir um colchão pequeno com ele. e então eu me sentiria bem. calma. com o coração leve. finalmente, com um coração que bate.



"menino, menino, tenho uma ternura enorme por você
e para mim é muito difícil isolar essa ternura da razão"