domingo, 22 de maio de 2011

sobre pactos (ou não)...

Há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica aí dentro,
não vou deixar
ninguém ver-te

Há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado esperto,
só o deixo sair à noite
por vezes
quando todos estão a dormir.
digo-lhe, eu sei que estás aí,
por isso
não estejas triste.


Depois,
coloco-o de volta,
mas ele canta um pouco lá dentro,
não o deixei morrer de todo
e dormimos juntos
assim
com o nosso
pacto secreto
e é bom o suficiente
para fazer um homem chorar,
mas eu não choro,
e tu?

6 comentários:

  1. Quanto o pacto secreto é com algo que nos trás paz, é maravilhoso. Não o prenda de todo, eles precisam voar.

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  2. Achei encantador o que existe nas entrelinhas.
    Adorei o texto.

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  3. eu choro, choro até as lagrimas secarem, houve um tempo que andava com olhos sempre vermelhos…e não era de fumar…rs

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  4. Lindo o texto. Também tenho uma pássaro no meu coração, mas ele anda sem contar e com medo de sair....

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  5. ah eu choro!
    choro porque não tem remédio melhor do que deixar a alma ser lavada!

    beijos, flor!

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  6. Poetas, homens da arte em geral.
    Foram e sempre serão como uma ponte
    Entre o imaginário antigo e o real presente.
    Como bons feiticeiros trazem
    Ás almas insatisfeitas como que uma porção mágica
    Que causa um breve delírio voluptuoso
    Um extasiar fugaz, que alivia os ais,
    Dos inconformados com a realidade contemporânea.
    Todavia seu ungüento não dura mais que alguns instantes
    Seu efeito curador se converte em um maior pesar
    Maior que a dor atroz do passado.
    Portanto, dou um conselho aos amantes das belas artes.
    Não dêem ouvidos aos artistas do presente
    Sejam vocês mesmos uma ponte e o viajante
    Para ir ao mundo da pura arte...
    Vão ao encontro do elixir da eterna melancolia
    Na fonte, na sua origem, onde jorra com perfeição,
    Tanto o bem, quanto o mal dos seus sublimes criadores.

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