"o principal fica sempre protegido. entre parênteses ou dentro do peito..."

aprendi a falar depois que os engasgos cessaram e as lágrimas não eram suficiente pra explicar.
não que eu quissesse. mas eu precisava dizer qualquer coisa... meus dedos estralados nada adiantavam.

e às vezes eu massacro qualquer um com minhas indelicadas e inapropriadas palavras. eu nunca soube usá-las. eu não sou qualquer uma.

mas também às vezes quando estamos no escuro parece mais fácil dizer sem magoar.
e é mais fácil todo o resto quando ele me envolve em seus braços e eu encosto minha cabeça em seu peito.
é tão mais fácil quando os seus pés procuram os meus.... quando suas mãos procuram meu corpo, deslizam por entre minhas pernas e seus lábios encostam no meu, em qualquer um.

ninguém nunca me tocou com tanta delicadeza, ninguém nunca me viu além das cicatrizes, como ele me toca, como ele me vê. e então eu me entrego à ele e todo seu amor. e me sinto segura. me sinto inteira. me sinto amada. e não há palavras que explique isso.

e embora eu tenha aprendido dizer algumas coisas... o principal fica sempre protegido. quero dizer que gostaria que ele ignorasse minhas palavras e condiserasse apenas o que há por trás delas, porque há muito mais do que eu consiga explicar.
está entre parênteses ou dentro do peito.
talvez no espaço dos nossos abraços.